Apesar de o número de brasileiros na liga ter aumentado para quatro neste ano, seus times se apresentam em momentos complicados, de transição, e alcançar o título, para qualquer um deles, vai exigir uma grande conjunção de fatores favoráveis, incluindo uma dose enorme de sorte. Quem vai precisar de mais sorte, quem diria, será Varejão. Seu Cavaliers dominou com folgas a temporada regular nos últimos dois anos, mas perdeu o homem que lhe permitia fazê-lo, LeBron James, para o Miami Heat. Aproveitamento do Cavs sem LeBron desde 2003: 10 vitórias e 16 derrotas, sendo que, nas últimas três temporadas, foram 13 derrotas e apenas uma vitória. Nada promissor para o "Coisa Selvagem".
Outro que vai precisar de ajuda divina é Leandrinho. Em maio passado, ele chegou muito próximo de sua primeira final de NBA, mas o Phoenix Suns perdeu a decisão do Oeste para o Lakers por 4 a 2. Depois disso, o time do Arizona decidiu enviá-lo para o Toronto Raptors em uma troca. A equipe canadense não chegou aos playoffs na última temporada e está em momento de reconstrução após perder seu maior astro, o ala-pivô Chris Bosh, também para Miami. Chegar aos playoffs já seria uma vitória impressionante para os “dinossauros”, e o time rubro-negro não parece ter armas suficientes para brigar com Miami, Boston Celtics ou Chicago Bulls, favoritos do Leste.

Por fim, temos o Tiago Splitter, que vem com o status de melhor jogador da última temporada da Liga ACB, o campeonato espanhol, considerado o melhor do mundo depois da NBA. Porém, a adaptação aos EUA e ao seu estilo de jogo leva tempo – é só ver Luis Scola, ex-companheiro de Splitter, que chegou à América com a mesma banca, mas só se firmou como protagonista no Houston Rockets depois de três anos. Além disso, o Spurs, candidato perene ao título, já dá sinais de decadência há tempos – foi eliminado na primeira rodada dos playoffs em 2009 e na segunda rodada em 2010. A base para o futuro é sólida, com Splitter, Tony Parker, George Hill e DeJuan Blair, mas ainda deve levar tempo para se estabelecer e brigar pelo troféu.
Portanto, torcedor brasileiro, prepare-se. Pode ainda demorar um tanto para ouvirmos um jogador da NBA gritar "É campeão", em português. Por ora, resta-nos torcer pelo desenvolvimento de nossos jogadores neste momento complicado de seus times. Quem sabe isso não traga a força necessária para superar as adversidades no Pré-Olímpico de 2011, em Mar del Plata, casa de nossos principais concorrentes, os argentinos...